domingo, 28 de dezembro de 2008

PF: minério radioativo é extraído sem fiscalização

A Polícia Federal do Amapá informou que a extração e o comércio ilegais de torianita, minério radioativo que contém urânio, tório e um tipo de chumbo usado na montagem de reatores nucleares e bombas de nêutrons, estão acontecendo livremente no extremo Norte do País há dez meses, sem fiscalização. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

Em 2004, aconteceu a primeira apreensão de torianita no Estado do Amapá. Desde aquele ano, a PF investiga o comércio clandestino, mas informa que, apesar de receber denúncias, não pode fazer apreensões por não ter onde guardar o minério. A torianita é negociada na rede clandestina por até US$ 300 o quilo.

Desde fevereiro, quando apreendeu cerca de 1,1 tonelada do minério no Amapá, a PF não faz mais apreensões. Por decisão da Justiça, técnicos da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) foram até o Estado para retirar o material e levá-lo a um laboratório do órgão em Poços de Caldas (MG).

(Fonte: Portal Terra)

Comissão discutirá com a PF combate ao contrabando de minerais radioativos

O chefe do laboratório da Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear) em Poços de Caldas (MG), Antônio Luís Quinelato, afirma que a comissão não possui um procedimento estabelecido para atuar no combate ao contrabando de minerais radioativos. Quinelato afirma que a demanda da Cnen em atuar em conjunto com a Polícia Federal é nova. De acordo com ele, a diretoria do órgão discutirá como será a participação da comissão, pois não está nas suas atribuições a fiscalização da mineração ilegal.
Quinelato diz que é insustentável a política de ir buscar no Amapá a torianita toda vez em que ocorrerem apreensões. Ele afirma que as operações demandam a solicitação de avião da FAB (Força Aérea Brasileira) e o envio de pessoal técnico para o Estado.

Depósito no Amapá - O chefe do laboratório diz que uma provável solução é a construção de um depósito no Amapá para receber a torianita, mas o assunto ainda não foi discutido pelo órgão. Quando o material atingisse grande quantidade, a Cnen o levaria para uma de suas unidades. A Cnen também enfrenta resistência em Poços de Caldas para receber o minério. A ida da torianita do Amapá para a cidade foi alvo de protestos na Câmara Municipal da cidade e reportagens na imprensa local.

Sobre eventuais riscos à saúde humana decorrente da exposição à torianita, alegados pelo Batalhão de Polícia Militar Ambiental do Amapá, a Cnen diz que o nível de radioatividade do minério na natureza é baixo, mas passa do nível seguro quando acumulado em grandes quantidades sem o armazenamento adequado.

(Fonte: Agencia Estado)

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