BRASÍLIA. Desde a eleição de José Sarney (PMDB-AP), em fevereiro, o Senado se transformou num dos principais alvos de investigação do Ministério Público Federal. Até agora já foram abertas dez frentes de investigação sobre irregularidades cometidas por senadores ou servidores do alto escalão, parte deles ligada a Sarney. Procuradores da República investigam desde pagamento indevido de horas extras até cobrança de propina para assinatura de contrato de crédito consignado.
A série de denúncias teve início durante a renhida disputa entre Sarney e Tião Viana (PT-AC) pela presidência do Senado e não para de crescer. É o que informa a reportagem de Jailton de Carvalho, publicada na edição do GLOBO desta segunda-feira.
A procuradora Anna Carolina Resende, responsável por quatro das investigações, diz considerar inacreditável que, em plena era da transparência, o Senado se veja às voltas com escândalos relacionados a atos secretos. Comissão interna identificou 663 atos de nomeação, demissão e transferência de funcionários, assinados e mantidos às escondidas até das próprias estruturas de controle interno.
Na sexta-feira, a procuradora e mais cinco colegas enviaram a Sarney, por meio do procurador-geral, Antônio Fernando de Souza, um pedido de anulação dos atos secretos e a demissão dos servidores contratados por este expediente. A primeira investigação foi aberta em março, para apurar o pagamento de R$ 6,2 milhões em horas extras a funcionários no recesso de janeiro. Em 13 de março, Anna Carolina iniciou a apuração e enviou pedido de informações ao 1° secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI).
O Globo
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