A informação consta de correspondência da Eletronorte em resposta ao requerimento da deputada federal Janete Capiberibe e do deputado estadual Camilo Capiberibe, que estiveram em audiência no órgão em junho passado. Naquela audiência, os parlamentares socialistas ouviram do assessor direto do presidente a Eletronorte, José Benjamin Souza Carmo, que a forma mais viável para a construção do Linhão era mesmo sua inclusãon as obras do Luz Para Todos, como decidiu a estatal ao atender o pedido dos socialistas.
O atendimento ao Arquipélago do Bailique está previsto no segundo programa de obras (beneficiando aproximadamente 1.624 famílias / 8.120 pessoas). Para viabilizar este atendimento será necessária a construção da Linha de Transmissão Rio Amazonas - Bailique (com travessia sub-aquática), garantindo desta forma o fornecimento de energia firme para o Arquipélago, afirma, em ofício, o Diretor-Presidente da Eletronorte Jorge Palmeira.
No Amapá, o programa Luz Para Todos é tocado pela Eletronorte, já que a insolvência e má gestão da CEA a proíbem de pegar qualquer tipo de financiamento. "O Amapá seria o único estado do país sem o Luz Para Todos se a Eletronorte não tocasse o programa", disse o assessor direto do presidente a estatal, José Benjamin Souza Carmo, à deputada Janete e ao deputado Camilo. Outra possibilidade é o investimento de recursos próprios da Eletrobrás, transferindo o patrimônio para a CEA, "mesmo sabendo que nunca vamos receber", frisou Souza Carmo.
Reserva - A construção do Linhão a partir de Santa Luzia do Pacuí, no continente, até o Arquipélago do Bailique é estimada em R$ 5 milhões. Segundo a deputada Janete Capiberibe, em 2001, o então governador João Alberto Capiberibe (PSB), antes de deixar o cargo para concorrer ao Senado Federal, havia reservado R$ 4 milhões para a obra, mas o dinheiro não foi aplicado no Bailique pela sua sucessora, Dalva Figueiredo (PT).
Dia 06 de junho passado, o deputado estadual Camilo Capiberibe e a deputada federal Janete Capiberibe, ambos do PSB, entregaram ao presidente da Eletronorte, Jorge Nassar Palmeira, em Brasília, o documento assinado por mais de mil moradores do Arquipélago do Bailique reivindicando a construção do linhão para levar energia firme do continente às comunidades das ilhas. As assinaturas foram colhidas pelas lideranças locais.
Escuro - Das mais de 40 comunidades do arquipélago, 10 têm energia elétrica fornecida por geradores movidos a óleo diesel, durante apenas 4 horas por dia, entre as 18 e 22 horas. Outras três tiveram o fornecimento reduzido de 20 horas para 18 horas por dia. O custo é de R$ 70 mil mensais somente com a compra de combustível. A falta de energia elétrica firme durante as 24 horas do dia inviabiliza economicamente o arquipélago, rico em pescados, por que não há meios para conservar os produtos. Sete mil habitantes vivem às escuras no Bailique.
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