domingo, 18 de janeiro de 2009


Asfaltamento da BR-319 na Amazônia divide ministros
Os ministros dos Transportes, Alfredo Nascimento, e do Meio Ambiente, Carlos Minc, estão em pé de guerra por causa do asfaltamento da BR-319, rodovia que corta a Amazônia ligando Manaus a Porto Velho. A obra, prevista no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), virou motivo de polêmica e é alvo de ambientalistas. O orçamento para pavimentar a estrada, construída entre 1972 e 1973 e intransitável desde 1988, é de R$ 697 milhões. Leia mais em Asfaltamento da BR-319, no coração da Amazônia, vira alvo de ataques de ambientalistas e divide ministros do governo

Lula deve se distanciar da disputa no Senado
A conversa prevista para esta segunda (19) ou terça-feira (20) do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o senador José Sarney (PMDB-AP) encerra mais uma fase da disputa pela presidência do Senado. Segundo interlocutores do presidente, Lula vai dizer ao senador que não tem como interferir no processo, a ponto de pedir que os dois candidatos, Garibaldi Alves (PMDB-RN) e Tião Viana (PT-AC), saiam do páreo para ceder a vaga a Sarney.

Lula deve ainda lembrar, segundo seus assessores, que chegou a defender a candidatura de Sarney, mas como ele recusou, se sente agora politicamente impedido de interferir na escolha, a duas semanas da eleição da nova Mesa do Senado, marcada para o dia 2 de fevereiro.

Garibaldi e Tião garantem que não vão desistir. Os dois afirmam ter o apoio de seus partidos, das demais legendas governistas e a maioria dos 26 votos do DEM e do PSDB.

"O que eu posso dizer é que estou otimista pelo apoio que tenho recebido", afirma Tião "Eu também me sinto otimista, aliás, todo candidato é otimista, ainda não vi nenhum deles pessimista", acrescenta Garibaldi. Os dois candidatos preveem, igualmente, que se Sarney manifestar ao presidente o desejo de participar da disputa, Lula vai optar em manter distância da disputa, sem tomar partido em favor do PT ou do PMDB.

A tendência dos líderes do DEM e do PSDB, senadores José Agripino (RN) e Arthur Virgílio (AM), é a de liberar o votos de seus subordinados. Até porque senadores dos dois partidos já se manifestaram previamente. Demóstenes Torres (DEM-GO) e Tasso Jeresissati (PSDB-CE), por exemplo, defendem a candidatura de Tião, que também tem o apoio do peemedebista Jarbas Vasconcelos (PE). Já o primeiro-secretário, Efraim Morais (DEM-PB) e o senador Cícero Lucena (PSDB-PB) devem votar em Garibaldi.

A decisão dos partidos só deve ser anunciada no mesmo dia da eleição do presidente. Até lá, estão igualmente em disputa as 11 comissões técnicas da Casa e os demais cargos da Mesa. O senador Valdir Raupp (RO) que será substituído na liderança do PMDB por Renan Calheiros (PMDB-AL), será o primeiro-vice presidente do Senado, se Tião for o presidente. Mas Raupp garante que está trabalhando para manter Garibaldi no comando da Casa, como deseja a bancada do PMDB.

Fonte: AE

Crimes no Amapá, Pará, Guiana e Suriname
BRASÍLIA – Durante depoimento à CPI da Pedofilia, quarta-feira, na Assembléia Legislativa do Pará, dom Luiz Azcona apresentou um relatório feito por uma instituição, entre 17 e 19 de novembro de 2007, revelando casos de abuso sexual e tráfico de seres humanos.

Ele não disse o nome da instituição, mas alertou também para relatos da regional Norte da CNBB, os quais confirmam: a exploração sexual acontece em todos os 143 municípios paraenses. A Organização Mundial do Trabalho estima em cerca de 2,4 milhões de pessoas são vítimas do tráfico humano, que movimenta cerca de US$32 bilhões (R$56 bilhões) por ano. É a terceira atividade criminosa mais lucrativa do mundo, segundo a organização.

● Os municípios marajoaras citados pelo bispo são: Breves, Bagre, Curralinho, Melgaço e Portel. É preciso diagnosticar o problema da exploração sexual; descobrir os motivos dessa situação desumana; apurar as responsabilidade e apontar medidas concretas a curto, médio e longo prazos.

● “As pistas, disse o bispo, são casos concretos da rota de exploração sexual e tráfico humano entre Breves, Melgaço, Portel, Soure, Guiana Francesa e Suriname”.

●Em Portel, a exploração sexual envolve meninas entre 12 e 17 anos, na orla e nos bares “Altas Horas”, “Mormaço” e “Tropical”.Na praça central de Breves, uma menor de nove anos foi engravidada pelo avô.

● Curralinho: 27 denúncias de exploração sexual chergaram ao Conselho Tutelar, em 2007. Cinco processos estão parados. Em Soure foi preso um homem de 24 anos, conhecido por Bruno. Ele mantinha uma rede de pedofilia via internet.

● O rio Tajapuru, por onde “circulam 70% da rota marítima entre o Pará e o Amapá, já foi alvo de reportagem no “Jornal Nacional (TV Globo) que mostrou a exploração sexual de menores”.

● O Marajó está recebendo um plano de desenvolvimento sustentável elaborado pelos governos federal e estadual. No próximo dia 21 será inaugurado o Centro de Referência de Assistência Social, que atenderá casos relacionados à infância e adolescência.

● Dom Luiz sugeriu parcerias entre prefeituras e escolas, trabalho de conscientização nas áreas portuárias, atuação da inteligência da Polícia Civil para desmobilizar as rede criminosas, ação da justiça, aparelhamento dos Conselhos Tutelares, programa de geração de renda para famílias e formação de grupos de jovens.
Fonte: Agência Amazônia

Mapas e GPS viram armas de caboclos na Amazônia
Quase uma década depois de a monocultura da soja ter tomado de assalto a região de Santarém, no Pará, o impacto dessa atividade sobre o ambiente e o modo de vida de populações tradicionais do local foi dimensionado pela primeira vez. Um mapa lançado anteontem mostra que quase um quarto das comunidades de pequenos agricultores nos municípios de Santarém e Belterra foram reduzidas em razão da expansão das fazendas de grão. Duas delas desapareceram.

A denúncia partiu dos próprios comunitários. Munidos de aparelhos de GPS (Sistema de Posicionamento Global), mais de 55 pequenos agricultores mapearam os efeitos da expansão da lavoura sobre rios, florestas e a demografia de 121 comunidades, que vivem boa parte delas cercadas de soja.

O mapa é um exemplo de um fenômeno novo na Amazônia: como as tecnologias da informação vêm sendo usadas por populações locais para se contraporem a latifundiários, madeireiros e grileiros --e para se tornarem visíveis ao poder público. Numa época em que até a grilagem de terras é feita com o auxílio de mapas de satélite, os caboclos dão o troco.

"Cada vez mais esses instrumentos estão sendo colocados à disposição deles. O que há cinco anos era caro e complicado hoje é barato, simples e extremamente livre", diz o agrônomo Ricardo Folhes, do Projeto Saúde & Alegria.

A ONG de Santarém é pioneira em capacitar comunidades locais a produzirem mapas usando imagens de satélite. Seu trabalho ajudou os moradores do extremo oeste do Pará a produzirem uma proposta de destinação das terras da Gleba Nova Olinda, zona de 1,3 milhão de hectares na qual um conflito entre populações tradicionais e madeireiros levou o governo do Estado a decretar o congelamento de toda atividade econômica até que se resolva a questão fundiária.

"Não havia um mapa oficial que mostrasse que tem gente embaixo da floresta naquela região", diz Folhes. A proposta das comunidades, que inclui a criação de assentamentos extrativistas e até de uma terra indígena, será apreciada pelo governo até 13 de fevereiro.
Folha Online/CBr.

Tambaqui: Pesquisadores querem produzir uma linhagem capaz de alcançar maior peso para peixe criado em cativeiro.
BRASÍLIA — Apreciado na cozinha regional e já conhecido de milhares de brasileiros por seu sabor inconfundível, o tambaqui (Colossoma macropomum) ganha atenção especial das pesquisas. A Embrapa Amazônia Ocidental, em Manaus (AM), vai construir este ano um centro de referência de melhoramento de genético de peixes. Os pesquisadores querem produzir no centro uma linhagem da espécie capaz de atingir maior peso em um ano de cultivo.

O tambaqui é bem apreciado. Embrapa faz melhoramento genético de espécies /DIVULGAÇÃO Atualmente, quatro de cada cinco tambaquis consumidos no Amazonas são oriundos de cativeiros. E a piscicultura é quem garante o abastecimento e o preço baixo do tambaqui. Na Amazônia são produzidas hoje cerca de 200 mil toneladas de pescado (perto de 20% do total nacional) a cada ano. Só no ano de 2003 a renda bruta da atividade na região ultrapassou R$ 470 milhões.

O consumo médio de peixe na Amazônia é de 50 quilos per capita/ano, enquanto a maior nacional é de 6,8 quilos. Algumas regiões da Amazônia o registram consumo bem mais elevado: no Baixo Amazonas, por exemplo, cada pessoa consome, em média, 134,7 quilos por ano. A quantidade é grande também no Baixo Solimões, 178,9 a 219 quilos, e no Alto Solimões, de 182,5 a 292 quilos. Esse é o maior consumo do mundo, ultrapassando o Japão que é de 90 quilos por pessoa ao ano.
(*) Com informações da Embrapa Amazônia Ocidental

Clones desenvolvidos pela Embrapa serão capazes de produzir até 1 t de sementes por hecatre.
BRASÍLIA — A produtividade média do guaraná (Paullinia cupana) da Amazônia pode passar dos atuais 150 quilos de sementes secas para mais de 640 quilos, ou até mesmo chegar a uma tonelada ano. O aumento é resultado do desenvolvimento pela Embrapa Amazônia Ocidental de novas cultuvares de guaraná mais produtivas e resistentes a doenças e pragas. É o que garante o pesquisador Firmino José do Nascimento Filho, um dos responsáveis pelas mudas clones de guaraná, obtidas por meio do melhoramento genético.

Os clones — quatro, no total — tem desenvolvimento mais rápido. O tempo de produção das mudas cai de um ano para apenas seis meses. As quatro novas cultivares de guaraná desenvolvidas pela Embrapa chegam ao mercado em 2010. Eles atendem pelos nomes de BRS Luzeia, BRS Munduracânia, BRS Cereçaporanga e BRS Andirá. Outras 12 cultivares de guaraná já estão disponíveis e apresentam bom desempenho para vários municípios do Amazonas.

Firmino Nascimento explica que o aumento é possível porque as mudas clonais são feitas a partir de plantas selecionadas e que apresentam produtividade acima da média da região. Além de serem resistentes às principais pragas e doenças que afetam a cultura do guaraná no Amazonas, as mudas oferecem outras vatangens. Evitam o uso de agrotóxicos e agregam tecnologia de baixo custo para os produtores.

Para o chefe de Pesquisa da Embrapa Amazônia Ocidental, Celso Azevedo, as novas cultivares vão contribuir decisivamente para a substentabilidade da agricultura na região em termos econômicos, ambientais e sociais. A razão, sendo ele, é que com essas cultivares é prossível produzir mais sem desmatar novas áreas.

O guaraná é nativo da Amazônia. Mesmo assim, o guaraná no Amazonas — um dos maiores produtores da região — apresenta produtividade abaixo da média brasileira. Isso acontece porque, antes da Embrapa desenvolver essa nova cultivar, os produtores utilizavam variedades não melhoradas. O resultado era guaranazais com idade avançada, alta incidência de pragas e doenças e falta de tratos culturais adequados.

A novidade não agradou só aos produtores locais. Um grupo de agricultores descendentes de japoneses anunciou o interesse em investir no cultivo de guaraná orgânico destinado ao mercado do Japão. O interesse dos japoneses veio a público em novembro tão logo a Embrapa apresentou as novas cultivares de guaraná.
Fonte: AGÊNCIA AMAZÔNIA

Nenhum comentário: